terça-feira, 8 de julho de 2008

Ao relógio

Ande...
Aliás:
Corra...
Vamos, corra mais...

Apresse os ponteiros,
corte pela metade os dias que me restam só.
Ando te olhando desesperado,
estou ávido dos ardis desta aflição.

Já são mais de seis meses inteiros,
todos os dias de então,
de dez em dez minutos
estancando o sangue da saudade,
e estacando os sonhos de amor.

Acalme-se...
Aliás:
Tranqüilize-se...
Apesar de implacável, ninguém jamais lhe deu freios...

Concede-me não correr
e não nos jogue adiante demais.

Seja-nos justo:
Corra quando eu for pros abraços,
nos braços dela.
Acalme seus ponteiros,
quando sabendo não me amar o bastante,
seja capaz de amá-la tanto,
a ponto dos ponteiros silenciarem-se
em honra aos clamores de nossa felicidade.